Pompeu
Penélope
Astrogildo
(3 amigos sentados no chão brincando com um tabuleiro Ouija)
Pompeu - Penélope caríssima, dama de longas tranças, podes fazer de mim o primeiro a jogar em tão fabuloso tabuleiro?
Penélope - Claro amicíssimo meu, todo seu és o tabuleiro. Algo contra Astro?
Astrogildo - Não quero constranger a vontade de meu querido Pompeu.
Pompeu - Devo lhes agradecer fiéis amigos. Tabuleiro que aqui estás, pergunto-lhe se neste local existe alguma alma que queira conosco se comunicar? E que Jesus, nosso Senhor, nos proteja daquelas que se atrevam a querer-nos fazer algum mal. Sabemos que o dia do juizo logo chegará, assim como o filho de Deus nos afirmou. Portanto, Ouija, aja!
Penélope - Nada acontece. Precisamos fazer alguma prece?
Astrogildo - O céu e o mar são testemunhas do que vou lhes dizer: Meu pai disse-me uma vez que esses jogos servem somente para assustar os tolos. Juro por Davi que eu já sabia o que aconteceria.
Pompeu - És realmente muito sagaz! Deveria nos ter alertado com antecedência, meu nobre!
Astrogildo - Seria acabar com suas vigorosas expectativas.
Penélope - Meus queridos, não estou bem!
Pompeu - O que tens?
Penélope - Calafrios...
Astrogildo - Não fico à vontade nessas situações.
Penélope - Acho que vou desm... (desfalece)
Pompeu - Traga ajuda, anda! Ficarei com nossa amiga.
Astrogildo - Logo retorno com um médico!
Pompeu - Espero que não seja tarde demais...
(Alguns segundos depois)
Pompeu - Essa linda dama que agora se apresenta desfalecida nos meus braços é tão doce e pura quanto o néctar de uma rosa existente no paraíso. Como queria ter esse amor. Esses olhinhos fechados! Parece estar implorando por carinho a minha querida Penélope. Longas mechas douradas que parecem com o ouro celestial das harpas tocadas pelos anjos. Ei-la. Eis-me aqui a apreciar tão rara beleza. Poderia beijá-la agora, claro! Não, não seria certo sem seu consentimento! Aproveitar-me de tal situação seria algo vergonhoso para um gentil moço como eu. Que as ninfas me flagelem por pensar em tal qualidade de coisa. O que, estás por despertar! Devo cessar meus pensamentos caluniosos.
Penélope - Pompeu! Apaguei completamente. Não sei o que houve.
Pompeu - Fique calma criança. Logo Astro retornará com um doutor!
Penélope - Talvez não seja necessário, estou melhor.
Pompeu - Nunca se sabe o que pode acontecer...
Penélope - Tens razão.
Pompeu - Podes continuar aconchegada nos meus braços enquanto isso.
Penélope - Não cheguei a pensar o contrário. És realmente um cavalheiro Pompeu!
Pompeu - Nada que outro moço bem apessoado não fizesse diante de tão delicada situação.
(Astrogildo retorna com o Médico)
Astrogildo - Vejo que ainda cheguei a tempo de salvá-la!
Médico - Parece-me que a situação não é tão grave como pensava. A rapariga retomou os sentidos.
Pompeu - Graças ao nosso Rei maior!
Médico - No entanto, pelo que posso observar, ela sofre de algo que não tem cura.
Penélope - Como assim ?
Médico - Primeiro preciso que Pompeu se deite, pois vou examiná-lo antes.
Pompeu - Não compreendo...
Médico - Anda! Ousas desafiar a ciência? Por Pitágoras! Não peço grande coisa a ti para fazer tal escânda-lo! Nossa juventude não é mais a mesma, a tudo questiona os mais experientes!
Pompeu - Deitado estou! Não precisa mais esbravejar!
Médico - Deixe-me ver... Sim, como pensava! Também não tem cura!
Pompeu - Oh não! É algo muito grave? Terei de avisar meus pais...Espero que meu irmão mais novo honre a família após receber toda a herança no meu lugar. Assim mesmo obra a fortuna em nosso caminho, não importa quão virtuosos sejamos! Longe no horizonte posso sentir minha alma se esvaindo no Vale das Almas. Orgulho-me de ter sido fiél aos meus princípios toda a minha vida! Anjo da morte, estou pronto para enfrentar o que para mim está destinado...
Médico - Agora preciso examinar a rapariga.
Penélope - Faça o que tens de fazer.
Astrogildo - A angústia tomou conta do meu coração...
Médico - Sofre do mesmo mal que Pompeu! É incurável! No entanto, acredito que ambos podem se ajudar.
Pompeu - Como, astuto senhor?
Médico - Sejam sinceros uns com os outros!
Astrogildo - Como?
Pompeu - Hein?
Penélpe - Hã?
Médico - Examinei a ambos e cheguei a uma conclusão. Estão apaixonados! Seus corações não mentem! Nunca apreciei órgãos com tanta vitalidade. No momento em que cheguei e os vi naquela cena digna de qualquer fábula de amor, fiquei sem vontade de interromper. Assim sendo, digo-vos: sejam felizes! E adeus!
Astrogildo - Espere senhor, vou acompanhá-lo! Quero deixá-los a sós para resolverem tal questão!
Médico - Sábia atitude, jovem!
(Saem)
Pompeu - Estás enrubescida...
Penélope - Não sou a única.
Pompeu - Queria lhe dizer que és perfeita!
Penélope - Pois digo-lhe o mesmo meu querido.
Pompeu - Faz anos que escondo meus sentimentos. Medo de perder sua amizade!
Penélope - Repito: digo-lhe o mesmo! Somos dois tolos!
Pompeu - Somos jovens!
Penélope - Estás certo.
Pompeu - Sinto-me como se estivesse flutuando por entre as ondas sísmicas. Meu coração bate forte agora ao seu lado, querendo saltar à boca! Como sonhei tantas vezes com esse momento, no qual saberias que te amo.
Penélope - A felicidade bateu também à minha porta. Nada poderia ser mais belo do que isso que agora vivenciamos.
Pompeu - Beijar-te deve ser tão refrescante quanto nadar nas lagoas do Éden.
Penélope - Então por que não experimentas saciar-se nessas lagoas?
Pompeu - O que me pedes há de receber...
Penélope - Com todo meu consentimento...
Tabuleiro Ouija (escrevendo sem que os dois enamorados percebessem) - A M O R.
Penélope
Astrogildo
(3 amigos sentados no chão brincando com um tabuleiro Ouija)
Pompeu - Penélope caríssima, dama de longas tranças, podes fazer de mim o primeiro a jogar em tão fabuloso tabuleiro?
Penélope - Claro amicíssimo meu, todo seu és o tabuleiro. Algo contra Astro?
Astrogildo - Não quero constranger a vontade de meu querido Pompeu.
Pompeu - Devo lhes agradecer fiéis amigos. Tabuleiro que aqui estás, pergunto-lhe se neste local existe alguma alma que queira conosco se comunicar? E que Jesus, nosso Senhor, nos proteja daquelas que se atrevam a querer-nos fazer algum mal. Sabemos que o dia do juizo logo chegará, assim como o filho de Deus nos afirmou. Portanto, Ouija, aja!
Penélope - Nada acontece. Precisamos fazer alguma prece?
Astrogildo - O céu e o mar são testemunhas do que vou lhes dizer: Meu pai disse-me uma vez que esses jogos servem somente para assustar os tolos. Juro por Davi que eu já sabia o que aconteceria.
Pompeu - És realmente muito sagaz! Deveria nos ter alertado com antecedência, meu nobre!
Astrogildo - Seria acabar com suas vigorosas expectativas.
Penélope - Meus queridos, não estou bem!
Pompeu - O que tens?
Penélope - Calafrios...
Astrogildo - Não fico à vontade nessas situações.
Penélope - Acho que vou desm... (desfalece)
Pompeu - Traga ajuda, anda! Ficarei com nossa amiga.
Astrogildo - Logo retorno com um médico!
Pompeu - Espero que não seja tarde demais...
(Alguns segundos depois)
Pompeu - Essa linda dama que agora se apresenta desfalecida nos meus braços é tão doce e pura quanto o néctar de uma rosa existente no paraíso. Como queria ter esse amor. Esses olhinhos fechados! Parece estar implorando por carinho a minha querida Penélope. Longas mechas douradas que parecem com o ouro celestial das harpas tocadas pelos anjos. Ei-la. Eis-me aqui a apreciar tão rara beleza. Poderia beijá-la agora, claro! Não, não seria certo sem seu consentimento! Aproveitar-me de tal situação seria algo vergonhoso para um gentil moço como eu. Que as ninfas me flagelem por pensar em tal qualidade de coisa. O que, estás por despertar! Devo cessar meus pensamentos caluniosos.
Penélope - Pompeu! Apaguei completamente. Não sei o que houve.
Pompeu - Fique calma criança. Logo Astro retornará com um doutor!
Penélope - Talvez não seja necessário, estou melhor.
Pompeu - Nunca se sabe o que pode acontecer...
Penélope - Tens razão.
Pompeu - Podes continuar aconchegada nos meus braços enquanto isso.
Penélope - Não cheguei a pensar o contrário. És realmente um cavalheiro Pompeu!
Pompeu - Nada que outro moço bem apessoado não fizesse diante de tão delicada situação.
(Astrogildo retorna com o Médico)
Astrogildo - Vejo que ainda cheguei a tempo de salvá-la!
Médico - Parece-me que a situação não é tão grave como pensava. A rapariga retomou os sentidos.
Pompeu - Graças ao nosso Rei maior!
Médico - No entanto, pelo que posso observar, ela sofre de algo que não tem cura.
Penélope - Como assim ?
Médico - Primeiro preciso que Pompeu se deite, pois vou examiná-lo antes.
Pompeu - Não compreendo...
Médico - Anda! Ousas desafiar a ciência? Por Pitágoras! Não peço grande coisa a ti para fazer tal escânda-lo! Nossa juventude não é mais a mesma, a tudo questiona os mais experientes!
Pompeu - Deitado estou! Não precisa mais esbravejar!
Médico - Deixe-me ver... Sim, como pensava! Também não tem cura!
Pompeu - Oh não! É algo muito grave? Terei de avisar meus pais...Espero que meu irmão mais novo honre a família após receber toda a herança no meu lugar. Assim mesmo obra a fortuna em nosso caminho, não importa quão virtuosos sejamos! Longe no horizonte posso sentir minha alma se esvaindo no Vale das Almas. Orgulho-me de ter sido fiél aos meus princípios toda a minha vida! Anjo da morte, estou pronto para enfrentar o que para mim está destinado...
Médico - Agora preciso examinar a rapariga.
Penélope - Faça o que tens de fazer.
Astrogildo - A angústia tomou conta do meu coração...
Médico - Sofre do mesmo mal que Pompeu! É incurável! No entanto, acredito que ambos podem se ajudar.
Pompeu - Como, astuto senhor?
Médico - Sejam sinceros uns com os outros!
Astrogildo - Como?
Pompeu - Hein?
Penélpe - Hã?
Médico - Examinei a ambos e cheguei a uma conclusão. Estão apaixonados! Seus corações não mentem! Nunca apreciei órgãos com tanta vitalidade. No momento em que cheguei e os vi naquela cena digna de qualquer fábula de amor, fiquei sem vontade de interromper. Assim sendo, digo-vos: sejam felizes! E adeus!
Astrogildo - Espere senhor, vou acompanhá-lo! Quero deixá-los a sós para resolverem tal questão!
Médico - Sábia atitude, jovem!
(Saem)
Pompeu - Estás enrubescida...
Penélope - Não sou a única.
Pompeu - Queria lhe dizer que és perfeita!
Penélope - Pois digo-lhe o mesmo meu querido.
Pompeu - Faz anos que escondo meus sentimentos. Medo de perder sua amizade!
Penélope - Repito: digo-lhe o mesmo! Somos dois tolos!
Pompeu - Somos jovens!
Penélope - Estás certo.
Pompeu - Sinto-me como se estivesse flutuando por entre as ondas sísmicas. Meu coração bate forte agora ao seu lado, querendo saltar à boca! Como sonhei tantas vezes com esse momento, no qual saberias que te amo.
Penélope - A felicidade bateu também à minha porta. Nada poderia ser mais belo do que isso que agora vivenciamos.
Pompeu - Beijar-te deve ser tão refrescante quanto nadar nas lagoas do Éden.
Penélope - Então por que não experimentas saciar-se nessas lagoas?
Pompeu - O que me pedes há de receber...
Penélope - Com todo meu consentimento...
Tabuleiro Ouija (escrevendo sem que os dois enamorados percebessem) - A M O R.