Era uma vez um menino carente,
distante e só, de pires no sol.
Tanto sonhava com a alegria
E Sujo vivia, a lama, lençol.
E Pulava corda, sorria contente
Sem nada, sem dente, jogar futebol.
Pois na bicicleta, sem marcha, discreta
Corria na reta igual caracol.
Mas tudo perdia, era solitário
Tentava um acorde, difícil bemol.
Então, na cozinha, um fato hilário
Porquinha da Índia fisgada no anzol?
Lá não tinha nada, moleque otário
menino carente, sem dente, mongol.