quarta-feira, 2 de julho de 2014

Menina linda do amor sem fim

Ela diz que sou bobo. Concordo. Só um bobo ama. Pois o amor é a coisa mais idiota que existe. Tira o sono ou faz dormir; tira a fome ou faz comer. Amantes são bipolares por conta da própria essência do amor. Se sou bobo, ela é boba. E linda. Cada parte de sua alma é linda. Criatura risonha, não admite perder uma disputa no que diz respeito a ser especial. Ela é especial. Em todos os gestos, desde o momento em que o sol nasce até ele sumir no horizonte. É doce e amarga. Traz felicidade a todos os meus momentos. As brigas diluem no seu sorriso. Habilidade que somente almas nobres possuem. Quero isso, quero aquilo, e consegue. Nunca vi tanta força de vontade em alguém. Suas vontades correm em sua direção. O universo se curva e faz o que ela quer a todo o momento. Não sem esforço. Pois ela é batalhadora. Não come, não dorme, passa horas resolvendo coisas que eu não consigo lidar em minutos. É ágil, faz tudo numa velocidade impressionante. E tudo bem feito. Um perfeccionismo que abala outros perfeccionistas como eu. Ela quer, ela faz. Ela diz, está feito. Ela é justa nas palavras e nos atos. Ela ama, e da maneira mais pura. Eu a amo, mas estou aprendendo a amar com ela. Um amor de entrega, de dedicação. Construir alicerces. Dar base a um castelo de sonhos. Compartilhar utopias, incentivar desejos. Viver em plenitude. Viver ao lado dela é uma dádiva. A cada dia um novo ensinamento. A cada dia mais gosto pela vida, mais vontade de sair por aí dizendo a todos como ela me faz feliz. Felicidade de conhecer alguém que age, que é dona do próprio destino. Não se abala por qualquer acontecimento aparentemente negativo que poderia causar estrago nas pessoas mais fracas como eu. Não que ela não tenha os momentos de tristeza. É aí que eu geralmente apareço, dando apoio, não sempre de forma tão eficaz quanto ela. Mas acredito que surte efeito. E rapidamente ela volta a ser essa criatura de luz que atrai qualquer um que esteja perto dela. Então ela doa energia, fica cansada, dorme demais para recompor energias. É difícil ser anjo. É difícil ajudar aos outros dessa forma. Se preocupar com tudo e com todos à sua volta. Sofrer pelos outros. Querer ajudar até quando não tem muita possibilidade disso. Como se diz, fazer das tripas o coração. Lutar. Confiar nos outros, mesmo quando não são tão confiáveis. E até quando estes a decepcionam, não fica assim tão abalada. Segue em frente. Parte para outra. E dessa maneira ela vai caminhando ao meu lado. Com seu sorriso, com seu esquema de vida, suas reflexões, seus livros, seus bichos. Cachorros, gatos, todo o tipo de animal acaba por se encantar por ela. Chegam perto, acariciam, brincam. Fazem parte do mesmo mundo. Pertencem aos seres que vieram para encantar e deixar os outros cada dia mais felizes. E ela é feliz, vejo em seus olhos, vejo em suas expressões. Quando termina alguma atividade, quando termina um livro, ao caminhar, ao comer e beber, ao assistir, está lá alguém que realmente se satisfaz com o que o mundo tem a oferecer. Não fica reclamando de qualquer coisa. Apenas usufrui. Segue em frente, segue os objetivos, não importando o quanto isso será difícil de se concretizar. O tempo age em seu favor. O tempo acaba no momento que ela quer. Domina o tempo, domina o amor. Um amor diferente, mais amplo, mais profundo. Amor puro em sua essência. Radiante, que chega na gente e energiza. Nunca conheci um amor assim. Nunca amei ninguém assim. Sou grato por conhecer uma pessoa que me completa dessa maneira. Sou melhor por conta dela. Só posso ficar agradecido e continuar contemplando. Ela é assim e sempre será. Divina forma que se fez mulher. Menina linda do amor sem fim. 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Narcisos



Vocês são lindos
E de dar dó
E eu, feiura
Voltando ao pó

Inteligentes
E geniais
Superam os deuses
Celestiais

Aqui na Terra
Sem sol, sem cor
Vou ao buraco
Vou ao torpor

Ignorância
Me satisfaz
Pois não sei nada
Não sou capaz

Vocês são tudo
Sou um ninguém
Não tenho imagem
Não vivo bem

E vocês brilham
Voam ao céu
E eu na Terra
E eu ao léu

Cavoco mais
Verme maldito
Aqui na Terra
Eu admito
Estou cansado
De tanto mito
De tanta cena
De tanto grito
De tanta estátua
Que eu evito
De tantos seres
Com quem habito
De tantas almas
De tanto atrito
Da perfeição
Que tanto cito
Só em palavras
O erudito
Só em imagens
O contradito
Chego enfim
Ao veredito
E o culpado 
É o infinito
E o culpado
É a quem fito
Junto ao espelho
Eu me limito

Cale a boca!

E tenho dito.


Leandro Francisco de Paula