quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O medo de todos os dias

Para não me perder nos pensamentos, escrevo.
Pois escrever acalma, relaxa o aflito;
Supera o medo, mesmo por instantes.
E é constante. Na inconstância dos pensamentos.
Ordenadas palavras, ritmadas, cardíacas.
Mais estruturadas que os batimentos.
Sentimentos e pulsações vibram;

Escrevo porque estou só.
Sozinho ao pisar na areia todos os dias, morro.
Ao escrever, ressuscito.
E o coração aflito se rejuvenesce;
Nem que se apresse o caminhar,
Nem que se apresse o escrever,
o tempo é aliado.

Nas horas estranhas, tremo.
Porque o desconhecido assusta;
Quem não sabe o tanto que a paixão machuca?
É tão bom não gostar de ninguém,
olhar em volta e ver um mundo colorido.
Agora olho para os lados e vejo um mundo cinza,
pois estou sem você.
Só contigo enxergo felicidade,
na carícia das manhãs,
no feixe de luz,
no chacoalhar das águas,
no som dos pardais.

Por isso o medo.
Quero de volta minha felicidade solitária!
Roubaste de mim a coisa mais preciosa...
Agora jaz meu corpo sobre o catre;
E a ressurreição já não vem mais com a escrita...
Estou pobre, enfermo, triste.

O seu sorriso me nocauteia,
Seus olhos me cegam,
e sua voz me ensurdece.
Você me fez um ser infeliz...

Não sei se te amo, não sei se te odeio...


Mas se você estivesse aqui...

Mas se seu corpo e sua alma estivessem aqui comigo...

Bastaria um só beijo, um olhar apaixonado!
Seria o fim de mim mesmo

e o começo de uma história linda de amor (a dois).

(E o fim do amor solitário (de si))


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