sábado, 11 de dezembro de 2010

O velhinho

Sempre que vejo uma criança,
como num relance
retorna a saudade 
de um tempo que se foi.
Oh, tenra idade!
Eu podia brincar
sem remorso,
Sem cansaço.
Com os meninos da rua,
Correria.
pular corda,
bicicleta,
Bola,
Pega-pega,
Cabra-cega
Todo dia!
E hoje, nada.
Fico aqui sentado
olhando a juventude 
pela janela.
O rosto enrugado,
calado,
encostado nela,
sendo a idade
minha própria cela.
Apesar de tudo,
tive uma boa vida.
Namorei, amei, casei,
filhos tive.
Porém, não me venha perguntar
como se vive.
Pois a vida
cada um sabe como tratar.
porque me arrependo
de não ter vivido,
a plenitude
da minha juventude.
Nem que tivesse sofrido
por qualquer atitude
que tomasse.
pois se nasce
somente uma vez.
Se envelhece
somente uma vez.
E aí chega o fim, 
você olha para trás
e pensa nas coisas
que não fez...

Agora vou me recostar
um pouco mais
na minha poltrona
e observar meus netos
brincando no quintal.
O cansaço chegou
logo vem um vendaval
e a fadiga é minha dona.
tenho que fechar os olhos
e descansar.
tenho que lembrar dos sonhos
e dos pensamentos que vem à tona.
Esse, porém, não é um adeus.
Talvez um tchau.
Um até logo.
Pois logo
nesse lugar
no qual estou
virá você
que agora lê.
Quando a idade chegar,
olhará para o que restou,
e lágrimas ofuscarão
tudo aquilo que você vê.
encarará o espelho
e finalmente
verá
como se sente
um velho
com a mente
no passado
nada recente.
A hora é agora,
minha criança!
Não deixe que o tempo
transforme a vida
na eterna lembrança
das coisas que nunca viveu.
Agarre o tempo
enquanto ele é seu.


2 comentários:

Paul Law disse...

Leandro, seu poema no faz lembrar que um dia seremso velhos. Nos atenta para aproveitar e fazer logo tudo que desejamos. Uma ótima reflexão para este tempo. Um forte abraço, amigo!

Ana Caroline disse...

Nossa Lê, me senti revendo meus poucos dezoito anos, e como será amanhã?
Aproveitar nossos dias pra que ao olhar pra trás não bata o arrependimento, ou achar que podia ser diferente.
AMEI o texto *-*