quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Caçada


Cutuco a cocota cativa, que nada!
Castelo n'areia cavoco c'aenxada.
Catei o coturno soturno da amada,
Cravei na comadre c'a cruz e a espada.
Cruzei a catraca , subi a escada,
Curvei no caminho qual véia encurvada,
Comi no comício, sujei a calçada,
Cremei o cachimbo c'a boca calada.
Chamei o coelho, lhe dei a facada.
Cumpri com a meta da boa caçada;
Colhi cumprimentos no meio d'aestrada,
Chorei de desgosto no poço do nada.
Clamei ao confuso, ao conciso, à fada.
Comprei a minh'alma nunc'antes achada;
Curei a cocota cativa algemada,
Calei quando soube que era casada.
Chorei novamente inté madrugada,
Cobrei da estátua, não recebi nada;
Caí qual cadáver na suja calçada,
Clamei por perdão de alma lavada.
Clamei por perdão de alma lavada
Clamei por perdão de alma lavada
...

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